Suspiros, Proust e lembranças

Até parece que a matéria se trata de suspirar por "um tempo perdido", como Proust, em seu melancólico personagem , no livro "Du coté de chez Swann".
Uma Madeleine (aquele bolinho francês em forma de concha, delicioso) e uma xícara de chá, levou o personagem de volta às suas experiências infantis na cidade de Combray. Aliás, esta é a  parte do livro que mais gosto. A receita de Madeleines está no marcador Tortas, sobremesas e outros quitutes, em Postagens mais antigas, neste blog.
Mas , voltando aos Suspiros, acho que tive uma experiência semelhante . A jovem amiga Patricia Carvalho Jaudy levou para Chapada dos Guimarães, uma vasilha cheia dos mais deliciosos suspiros.

 

Os suspiros estavam lindos, crocantes por fora e macios por dentro e lembrei de quando minha mãe fazia esta iguaria. Com nó na garganta, lembrei que não havia batedeira e ela, minha mãe,  batia as claras com o fouet,  assava em forno de lenha e a gente esperava, inquietas, para sentir aquele adocicado delicado do suspiro. Havia que esperar esfriar, e para isso, ficávamos por perto, conversando com nossa tia Carlota, sempre vestida de preto.

De volta , rápido, a Chapada dos Guimarães, pois é Carnaval e estamos reunidos na abençoada casa da Claudia e do Joaquim, onde todos são benvindos.

Vamos admirar os suspiros, belíssimos e a nossa prendada amiga, que com sua dedicação trará também preciosas lembranças ao filhinho João Pedro.